Seta
Voava cega
à volta de um ponto azul.
E mergulhei em repetidas nuvens
diferentes e todas iguais.
Mas fui sempre me escapando
– desconhecido e muito próximo mistério
reconhecível apenas em outros rostos,
como em espelhos, inclinada,
o eu alheio e emprestado,
som da própria voz ao telefone.
Cantava surda, sem nunca ouvir meu canto.
Voava – cega, cega –
em busca do meu próprio azul.