Sensitiva
Cercada de sono e espinhos
toquei as folhas escuras,
um arrepio correu.
Depois, as folhas fechadas,
nenhuma chuva caiu
não surgiu Anjo nem Fada,
nenhuma porta se abriu.
Estiquei de novo os dedos,
o toque se repetiu.
De novo, o branco silêncio,
nem vozes nem ventania,
olhos abertos de espanto
no centro da calmaria.
Espada no céu suspensa,
gume de pergunta armada,
na fímbria daquele instante,
no centro do meu espanto
a folha toda fechada.
E a voz de Deus sempre muda
na natureza encantada.