Crepúsculo
Sou sempre o caminho
do mesmo cansaço,
um passo, outro passo,
poeira, pegada.
O vento do leste
encrespa-me os mares
do sangue e do olhar,
alisa-me os traços,
modela-me a face.
A noite que tomba,
nas costas, a sombra
do vento do oeste
varrida na estrada
vão dizendo o longe
do rastro sumindo,
do silêncio escuro,
do sangue esvaído,
do traço apagado.