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Oiti (Noite)

A sala bóia no verde
da copa do oiti.
A janela, vigia aberta
para uma paisagem naufragada,
viagem que fazemos pelas noites de março
num tempo interno e lunar.
E quando o branco inunda a copa nevada
afogada em teias
(e a árvore é essa coisa tenra, delicada
noiva desmanchada em véu,
saliva misturada à seiva
da primeira mamada, entre língua e palato,
sonho diluído em espuma)
o oiti cresce parado,
inchado cisma próximo-remoto
respirando leite.


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