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Conto muito antigo
E foi desde sempre o mar.
E dentro do mar, um peixe,
e dentro do peixe, uma concha,
e dentro da concha, um anel.
– A coisa mais importante,
você nunca vai saber.
Me deixa quieta no meu canto
escrevendo meus escritinhos.
Debaixo da cama, a poeira
cobrindo gestos, fatos, dores.
A ferida fechou, ficou uma cicatriz bem feia
boa pra lembrar que doeu.
No fundo do mar, um peixe,
dentro do peixe, uma concha,
dentro da concha, o anel,
ouro puro: talismã de todos os prazeres.