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Interlúdio

Pela penumbra
de um sonho breve,
o morto chegou sem sangue
e foi um leve
desenho em sépia
mulher e filha
beijá-lo ternas
e dar-lhes as mãos.
No lapso curto
da noite quieta,
o morto chegou calado
e as coisas de tão estranhas
em tudo eram transição.
As folhas mal se mexiam,
formas de flores escuras
deitavam sombras
em suas mãos.
Recostado entre as colunas,
em silêncio ele aguardava
o nosso passo
pelas escadas,
o nosso encontro
na mesma estrada,
nossa passagem
pelo portão.


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