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Jogo

E agora estamos de costas
qual figuras de baralho,
seguro na mão um ramo
como uma dama de espadas.

Nossos projetos se foram,
leves castelos de cartas,
os sonhos estão vazios,
a vida é só geometria
como em desenhos de cartas.

Teu rosto aparece hoje
de perfil, bem recortado.
No coração – ás de copas –
fincaram-se sete espadas.

Pelos céus andam correndo
luas e astros prateados,
sobre o pano de lã verde
as mãos distribuem cartas,
os dedos fazem apostas,
os olhos fitam calados.

O meu Rei já vai distante,
de perfil, rosto virado.
A dama segura um ramo,
do valete, acompanhada,
olhamos lados diversos
qual figuras de baralho.
Nos altos azuis tranquilos,
outras mãos vão dando as cartas.


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