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Circo I

A luz entra aos losangos pela vidraça.
Um arlequim se espreguiça no sofá
estendido sobre almofadas.

Deitado sobre a corda bamba, o sonho,
deitado na corda bamba, um ontem, um gato,
um equilibrista invisível
num monociclo de prata,
soltando chispas.
Pandeiros tremulam fitas.

Fechada a janela, o picadeiro vazio
depois do espetáculo.


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